A IR Magazine, revista internacional cujo foco é no universo de relações com investidores, publicou no final do ano passado seu 14º relatório anual sobre roadshows ao redor do mundo, e a MZ, visando sempre empoderar os profissionais de relações com investidores, traz um resumo sobre o Relatório e algumas considerações adicionais.
Roadshows em um mundo pós-pandemia
Os roadshows, que podem ser non-deal (quando não estão atrelados a uma oferta específica) ou deal roadshows (quando têm como objetivo específico promover uma oferta de ações e gerar demanda pelos papéis da empresa entre os investidores), consiste em uma série de encontros realizados em diversas cidades, onde a Equipe de RI e os executivos de uma empresa têm a chance de se encontrar com investidores potenciais e já existentes com o objetivo de apresentar ou esclarecer informações sobre sua empresa, fortalecer o relacionamento com investidores ou promover a visão estratégica da companhia. Com a pandemia, esse tipo de evento também passou a acontecer de forma virtual.
O relatório da IR Magazine apresenta uma análise da quantidade de eventos realizados entre o terceiro trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2023, observando as tendências do mercado global. Nesse período, mais de 8 em cada 10 empresas (84%) realizaram algum tipo de roadshow, um número que está em ascendência desde o relatório de 2020, mas, ainda assim, inferior ao número de roadshows realizados em 2019 – 93%.
Com as restrições decorrentes da pandemia, como a restrição de viagem, sendo gradualmente reduzidas, as empresas começaram a retomar os eventos presenciais, sendo que a tendência se dá na realização de uma combinação de eventos presenciais e virtuais. Segundo o relatório, as empresas ao redor do mundo realizaram quase tantos eventos virtuais como presenciais.
Roadshows presenciais
A tendência observada pós-pandemia de retomada dos eventos presenciais é devida à oportunidade de se estabelecer conexões pessoais e construir relacionamentos sólidos com investidores, clientes, parceiros e outras partes interessadas. Além disso, nesses eventos é possível ver e experimentar produtos de setores específicos, como tecnologia, saúde e automotivo, e essas demonstrações ao vivo podem ser cruciais para convencer os investidores do potencial da empresa. Outro ponto positivo é que, da mesma forma que o público consegue criar uma conexão maior com os apresentadores, esses podem adaptar sua apresentação de acordo com o público presente e suas reações.
No período analisado pelo relatório, 57% das empresas realizaram um evento presencial, número ainda aquém do observado no período pré-pandemia, mas maior do que o observado em 2021. As empresas que mais realizam eventos presenciais são as de maior capitalização.
As empresas que realizaram roadshows presenciais entre o 3T22 e o 3T23 passaram, em média, 10,8 dias na estrada. As empresas asiáticas foram as que passaram mais tempo, com média de 12,4 dias, provavelmente em decorrência das restrições de viagens nesses locais, que foram mais acentuadas.
Da mesma forma que as empresas de maior capitalização são aquelas que mais realizam roadshows, também são as que possuem maior média de dias na estrada, com 18,8 dias, enquanto as de média e baixa capitalização passaram, em média, 8,4 dias.
Com o retorno dos encontros presenciais, se espera uma maior participação do C-Level, que é muito apreciada por analistas e investidores. Sua participação é importante pois traz credibilidade ao evento e às informações que estão sendo apresentadas. Além disso, os executivos têm a oportunidade de apresentar a estratégia da companhia de forma clara e convincente, bem como responder a perguntas relacionadas. Dessa forma, conseguem construir uma relação mais próxima e transparente com os participantes, podendo atrair novos investidores.
Segundo a pesquisa, no período analisado, 27% dos roadshows presenciais tiveram a presença do CEO, enquanto 26% contaram com a do CFO. O número ainda está aquém da participação que ocorria no período pré-pandemia. Também foi notado que a participação do CEO e CFO em um evento é mais recorrente em empresas small-cap.
A pesquisa da IR Magazine também abrange a satisfação dos IROs em relação a modalidade dos roadshows, e esses se mostraram mais satisfeitos com eventos presenciais do que virtuais. O grau de satisfação médio das exposições presenciais é de 9 em 10, enquanto nas virtuais é de 8 em 10.
Roadshows virtuais
Com a tendência e demanda do retorno dos eventos presenciais, bem como a combinação de eventos presenciais e online, o número de roadshows estritamente virtuais teve uma queda nos últimos anos. Segundo o relatório, um pouco mais de 4 em cada 10 entrevistados (43%) afirmam ter realizado um roadshow virtual no ano entre o 3T22 e o 3T23, uma redução significativa em relação ao ano anterior, quando mais de dois terços (67%) das empresas o fizeram.
Em relação à participação do C-Level, foi observado que essa foi um pouco inferior em comparação com os eventos presenciais. A participação do CEO ou CFO nos eventos foi de 17%, contra 27% – para participação do CEO – e 26% – para participação do CFO – nos eventos presenciais. Da mesma forma que nos eventos presenciais, a participação do CEO e CFO é mais recorrente em empresas small-cap.
Instituições intermediadoras
As instituições intermediadoras – que podem ser bancos, corretoras de investimento, entre outros – trabalham em estreita colaboração com a empresa para garantir o sucesso do roadshow e maximizar o interesse dos investidores na oferta de valores mobiliários. Sua intermediação pode ser interessante para a empresa pois o evento é apresentado para seus clientes, que podem se tornar investidores.
Segundo o relatório, considerando uma análise global, desconsiderando a América do Sul, a JPMorgan é a instituição mais utilizada tanto para eventos presenciais, como virtuais. Bank of America ocupa o segundo lugar em eventos presenciais, e, em eventos virtuais, divide o posto com Morgan Stanley.
Nos últimos 12 meses, houve mudanças significativas na classificação das instituições mais utilizadas em roadshows presenciais. A UBS e o Royal Bank of Canada ascenderam para o terceiro e o sétimo lugar, respectivamente, em comparação com suas posições anteriores. Enquanto isso, o Morgan Stanley desceu para o quinto lugar, e o Credit Suisse para o oitavo. Além disso, novos participantes, como a TD Cowen e a Daiwa, entraram na lista dos 20 melhores corretores para roadshows presenciais deste ano.
Principais cidades para realização dos eventos
As bolsas com maior capitalização do mundo são as localizadas na América do Norte, Europa e Ásia, e a concentração de eventos realizados pelas empresas não é diferente, visto que são as regiões com mais investidores e capital a ser investido.
De acordo com os dados do relatório, Nova Iorque manteve sua posição como a cidade mais visitada para roadshows presenciais, seguida por Londres, em segundo lugar, e Boston em terceiro. Essas três cidades ocupavam as três primeiras posições antes da pandemia, mas as viagens para esses destinos ainda não se recuperaram totalmente aos níveis pré-pandêmicos. Em 2019, mais de 7 em cada 10 empresas visitaram Nova Iorque, enquanto em 2023 esse número foi de 59%. Londres viu uma queda semelhante, com 66% das empresas em 2019, em comparação com 58% em 2023.
Singapura permanece como a cidade mais visitada pelas empresas asiáticas, enquanto Hong Kong recuperou sua posição como a segunda cidade mais visitada, após ter caído para o quinto lugar no ano passado, durante o período de restrições de viagem.
Quando os profissionais de RI foram questionados em relação às suas cidades preferidas para realização do roadshow, Londres foi a mais citada. Os profissionais da América do Norte escolheram Nova Iorque, que também foi escolhida pelos europeus, dividindo a posição com Londres. Já os respondentes da Ásia escolheram Singapura e Nova Iorque.
Essas são algumas dos dados disponibilizadas pelo relatório da IR Magazine, que, infelizmente, não abrange as empresas da América Latina, mas que traz insights valiosos. No Brasil, de acordo com dados internos da MZ, o eixo Rio-São Paulo concentra grande parte dos roadshows nacionais, mas isso não quer dizer que investidores de outras cidades não possam receber as companhias interessadas em divulgar suas operações.
A MZ incentiva e auxilia seus clientes a manterem uma comunicação sempre ativa com todos seus investidores, atuais e potenciais, visando um alinhamento de expectativas e interesses entre investidores e companhia. Lembrando sempre que a MZ pode auxiliar seus clientes tanto na realização de eventos com o mercado, quanto na elaboração de estudos de percepção para a obtenção de feedbacks de todos os stakeholders da companhia, como no suporte às mais variadas demandas da área de relações com investidores.
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