Durante a pandemia, os eventos corporativos sofreram mudanças em suas maneira de acessar o mercado como um todo. Primeiro, com o isolamento social, a modalidade presencial saiu do radar e deu espaço às conferências virtuais. Depois, dada a vacinação da população, presenciamos uma volta gradual às atividades presenciais – com ressalvas de público reduzido e distanciamento social –, mas com um novo precedente já tendo sido aberto para a realização de reuniões.
A utilização de plataformas digitais para conversas com o mercado é comprovada, nos últimos anos, pela quantidade de webinares, teleconferências e videoconferências que marcaram – e ainda marcam – a comunicação do RI nos tempos da pandemia. Para aproximar a comunicação com os investidores e stakeholders, o formato de vídeo foi adotado pelas empresas nas conferências de resultados trimestrais. De acordo com o levantamento feito pela MZ, desde o início da pandemia, do 2° trimestre de 2020 até o 1° trimestre de 2022, houve uma alta de aproximadamente 42% desse formato.
Contudo, após 2 anos sofrendo os impactos dos novos moldes, segundo os pesquisadores da Universidade de Stanford, foi criado um certo cansaço às reuniões, palestras, conferências e aulas virtuais, apelidada como “fadiga do Zoom“. Essa fadiga derivaria de uma “sobrecarga não verbal” associada, em matéria divulgada pela DW, ao cansaço visual ao olhar a tela, olhar a própria imagem o tempo todo, comunicação não verbal excessiva e mobilidade reduzida. Mas afinal, qual a perspectiva dos eventos promovidos pelo RI diante desse cenário e quais os seus impactos?
No webinar intitulado como “The evolution of virtual conferences” promovido pela IR Magazine no segundo semestre de 2021, foi discutido o papel dos encontros virtuais e a retomada dos eventos presenciais por Grant Bartucci, diretor de acesso corporativo e relações com corretores na Point72, Thierry Elmaleh, parceiro na Q4 e Mary Turnbull, diretora executiva de acesso corporativo da Raymond James. Na conversa, foi destacada a existência da demanda por eventos presenciais, entretanto, com todos os entrevistados concordando que os eventos virtuais vieram para ficar.
Turnbull contou que, ao organizar um evento ao ar livre no Park City, pôde sentir a emoção de ver as empresas e seus investidores interagindo pessoalmente de novo. Apesar disso, e diante do contexto, houve precauções em relação ao distanciamento social e muitos se recusaram a estarem presentes. Grant disse que, por opção, muitas empresas podem querer se ater ao virtual por ser a melhor opção para elas, porém, parte dos investidores e analistas desejam voltar às reuniões presenciais que são vistas como oportunidades valiosas de se juntar e ter uma comunicação próxima com a equipe de RI e a gestão.
Ao mesmo tempo, foi visto de forma benéfica a oportunidade que reuniões virtuais proporcionam: seja de ter encontros mais recorrentes, com mais pessoas aptas a participar e de vários lugares ao mesmo tempo, seja de poder participar do máximo de eventos possíveis em um curto espaço de tempo. Além disso, o meio virtual traz a possibilidade de unir investidores mais experientes, que acompanham a empresa por mais tempo a investidores novos, fazendo com que as necessidades de conversas segregadas, como as de introdução e aquelas com conteúdo mais profundo, tenham a possibilidade de se unir. Certos investidores que não participavam das reuniões no passado passaram a comparecer, uma vez que, digitalmente, o acesso é mais fácil.
Estudo de caso
Em relação aos Non-Deal Roadshows, Mary relatou sobre uma empresa que não tinha muito contato com investidores do centro dos Estados Unidos, residentes em Kansas City, Denver, Utah, entre outros, e que apesar de serem poucos em quantidade, eram investidores valiosos. Diante dessa situação, optaram por fazer um NDR virtual, onde escolheram 5 regiões para conversar em um webinar em grupo, aberto a todos. Os investidores ficaram entusiasmados com o convite e compareceram ao evento. Ela concluiu que, para esse tipo de caso, o virtual é um grande meio de fazer acontecer esses encontros entre as empresas e seus acionistas, sem demandar viagens e gastos monetários e de tempo.
Por fim, foi concluído que para o meio virtual, a capacidade de poupar tempo, recursos e energia, reunindo pessoas de diferentes localidades, estão entre os pontos altos dessa modalidade e, por esse motivo, haverá encontros que permanecerão virtuais. Entretanto, esse tipo de contato da área de Relações com Investidores demanda um relacionamento presencial, em que as pessoas querem falar com a equipe, tirar as dúvidas e muitas vezes, comentar entre elas sobre as apresentações, pautas que o ambiente virtual não proporciona na mesma intensidade. Para Grant, no fim das contas, ainda não há nada que substitua a interação “cara a cara”.
Um novo paradigma?
Ambas as formas de realização de reuniões têm suas vantagens e desvantagens, abrindo espaço para cada empresa analisar sua realidade a fim de selecionar o modelo mais atrativo para os seus investidores. Contudo, o que também podemos esperar, segundo o artigo “O Novo Normal em Relações com Investidores” da MZ, é uma tendência a longo prazo de migração para um modelo híbrido entre reuniões virtuais e presenciais, ressaltando a importância da diversificação da comunicação com o mercado.
A MZ acredita na sustentabilidade e apoia iniciativas como essas e, como uma maneira de tentar divulgar cada vez mais esse assunto tão importante, disponibiliza a transcrição do evento na íntegra.
Para acessar a Transcrição do Evento “The evolution of virtual conferences”, clique aqui.
Quaisquer dúvidas, estamos à disposição!
Equipe Estudos
mz.estudos@mzgroup.com
Cássio Rufino | CFO & COO
cassio.rufino@mzgroup.com
Sobre a MZ
A MZ (www.mzgroup.com) é o maior player global independente e o líder em soluções de relações com investidores (RI). A Companhia, fundada em 1999, ultrapassou a marca de 2.000 websites publicados, servindo atualmente mais de 800 empresas e gestoras de investimento em 12 bolsas de valores. Com o propósito de empoderar estratégias de RI, a MZ entrega tecnologias inovadoras e atendimento excepcional aos clientes, assegurando parcerias de longo prazo.