No dia 14 de outubro, o Itaú BBA promoveu o evento Macro Vision 2024, com o objetivo de discutir as principais perspectivas e temas relevantes para o mercado de capitais. A programação contou com sete painéis, que abordaram questões macroeconômicas globais, as eleições presidenciais nos Estados Unidos, riscos fiscais, inteligência artificial, entre outros tópicos importantes.
A MZ, comprometida em empoderar o profissional de Relações com Investidores, seja com tecnologia de ponta e atendimento excepcional, seja através da disseminação de conteúdos relevantes como esse, irá compartilhar resumos de cada painel do evento. O sétimo e último painel contou com a presença de David Feffer, Presidente do Conselho da Suzano (B3: SUZB3); Horácio Lafer Piva, Presidente do Conselho da Klabin (B3: KLBN11); Ricardo Botelho, CEO e Vice-Presidente do Conselho do Grupo Energisa (B3: ENGI11); e Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco (B3: ITUB4), que discutiram como empresas que alcançaram o marco de 100 anos no Brasil têm conseguido não apenas sobreviver, mas prosperar em um país historicamente marcado por instabilidade econômica e desafios sociais.
Os participantes do painel compartilharam as estratégias que permitiram essa longevidade, abordando temas como inovação, resiliência, governança familiar e a capacidade de adaptação diante das mudanças econômicas e tecnológicas. O foco foi entender quais lições podem ser extraídas dessas trajetórias para garantir a continuidade e o crescimento sustentável de outras organizações no futuro.
Resiliência e adaptabilidade como pilares de longevidade
Um dos principais fatores discutidos no painel foi a resiliência das empresas centenárias em momentos de crise. Durante as diversas décadas de operação, essas empresas enfrentaram crises econômicas, períodos de instabilidade política e transformações sociais que ameaçaram a continuidade dos negócios. A capacidade de se reerguer após esses desafios foi apontada como fundamental para a longevidade.
Os participantes do painel destacaram a importância de não se acomodar, mesmo após anos de sucesso. O sucesso, embora desejável, pode ser um inimigo quando leva à complacência. Para essas empresas, a chave foi a capacidade de se reinventar continuamente, mantendo uma cultura de inconformismo, onde sempre há espaço para melhorias. A postura de questionar constantemente o status quo e de buscar formas de fazer melhor foi essencial para que essas empresas se mantivessem competitivas por décadas.
Além disso, foi enfatizada a importância da humildade na gestão, particularmente no que diz respeito à abertura para aprender com os erros e com os outros. As empresas centenárias valorizam a escuta ativa e o aprendizado contínuo, seja de concorrentes, parceiros ou das necessidades de seus clientes. Isso contribuiu para que se mantivessem atualizadas e adaptadas às novas exigências do mercado.
Inovação como alicerce para a longevidade
Outro ponto central na discussão foi o papel da inovação na trajetória dessas empresas. A capacidade de inovar, mesmo em mercados mais tradicionais como o de papel e celulose ou energia, foi vista como crucial para a continuidade dos negócios. Empresas que chegam ao marco de 100 anos entenderam desde cedo que, sem inovação, não há como sobreviver no longo prazo. A inovação aqui foi discutida em dois aspectos: inovação de produtos e processos, e inovação nos modelos de negócios.
No caso de algumas dessas empresas, houve exemplos claros de inovações transformadoras, como o desenvolvimento de tecnologias para uso de matérias-primas renováveis ou a criação de novos processos produtivos que aumentam a eficiência e reduzem custos. No setor de papel e celulose, por exemplo, a introdução do eucalipto como matéria-prima foi um divisor de águas que revolucionou a indústria no Brasil, tornando-a altamente competitiva no cenário global. A pesquisa e desenvolvimento contínuos têm sido elementos-chave para manter essas empresas na vanguarda de seus setores.
O modelo de negócios dessas empresas também foi adaptado ao longo dos anos para enfrentar as mudanças nas dinâmicas de mercado. Uma abordagem comum foi a diversificação dos portfólios, entrando em novos segmentos e mercados para mitigar riscos. Isso foi especialmente importante em um país como o Brasil, onde o ambiente macroeconômico pode ser volátil e as crises econômicas são recorrentes. Além disso, o foco no longo prazo e na criação de valor para além do aspecto financeiro também foi uma característica marcante dessas empresas, que priorizaram o crescimento sustentável.
Governança sólida e o papel das famílias
Muitas das empresas centenárias discutidas no painel têm suas raízes em negócios familiares. A governança familiar foi um dos fatores apontados como diferencial para a longevidade dessas organizações. A passagem de bastão entre gerações e a capacidade de manter uma cultura organizacional forte, alinhada com os valores da família, foram elementos centrais na sustentabilidade desses negócios.
No entanto, a transição geracional não foi vista como um processo simples. Foi necessário, em muitos casos, estabelecer estruturas de governança sólidas que garantissem a continuidade e a profissionalização da gestão, mesmo com o envolvimento direto das famílias controladoras. As empresas discutiram a importância de ter conselhos de administração ativos e de promover uma gestão meritocrática, onde o profissionalismo é valorizado acima das relações familiares.
A capacidade de conciliar o legado familiar com as exigências de uma gestão moderna e competitiva foi um ponto de destaque. Embora a cultura familiar ofereça coesão e identidade, a profissionalização e a adoção de boas práticas de governança corporativa foram essenciais para o sucesso contínuo dessas empresas. O equilíbrio entre o longo prazo e as demandas do presente foi visto como um fator crítico, garantindo que as empresas pudessem se adaptar sem perder sua essência.
Sustentabilidade e responsabilidade social
Outro aspecto discutido no painel foi o compromisso dessas empresas centenárias com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Com o passar dos anos, muitas dessas empresas integraram a sustentabilidade como parte central de suas operações, não apenas para atender às exigências regulatórias ou de mercado, mas como um princípio fundamental de negócios. O compromisso com o meio ambiente, a responsabilidade social e a criação de valor para todos os stakeholders foram vistos como essenciais para a manutenção da relevância dessas empresas no longo prazo.
O setor de papel e celulose, por exemplo, destacou o papel das práticas florestais sustentáveis e a importância da gestão eficiente dos recursos naturais. A capacidade de alinhar o crescimento econômico com a preservação ambiental foi apontada como uma vantagem competitiva, especialmente em um momento em que as questões ambientais estão cada vez mais no centro das atenções globais. A visão de que “não é possível ter uma empresa saudável em um mundo doente” permeou as discussões sobre a necessidade de atuar de forma ética e sustentável.
Além disso, o envolvimento das empresas centenárias com as comunidades locais e sua contribuição para o desenvolvimento social foram destacados como fatores que ajudaram a construir uma imagem sólida e confiável ao longo dos anos. Essas empresas não apenas geram empregos e crescimento econômico, mas também investem no bem-estar das pessoas ao seu redor, reforçando sua relevância no contexto social e econômico brasileiro.
Desafios para o futuro
O painel também discutiu os desafios que as empresas centenárias enfrentam à medida que avançam no século XXI. A rápida transformação digital, o avanço da inteligência artificial e as mudanças nas expectativas dos consumidores são fatores que exigem adaptação constante. As empresas que alcançaram a marca de 100 anos fizeram isso por sua capacidade de se antecipar às mudanças e inovar constantemente. No entanto, a velocidade das transformações atuais coloca novos desafios para essas organizações.
A necessidade de continuar investindo em inovação, ao mesmo tempo em que se preserva a identidade e os valores centrais, foi um dos maiores desafios apontados. O futuro dessas empresas dependerá de sua capacidade de equilibrar tradição com modernidade, aproveitando as novas tecnologias para melhorar a eficiência e se manterem competitivas em um cenário global em rápida mudança.
Resumindo em um parágrafo ou mais
As empresas centenárias do Brasil trazem valiosas lições sobre longevidade, resiliência e inovação. Com uma combinação de adaptação constante, governança sólida e um compromisso com a sustentabilidade, essas organizações conseguiram atravessar décadas de desafios e se mantêm relevantes até hoje. Para o futuro, o principal desafio será continuar inovando e se adaptando às novas demandas do mercado, sem perder de vista seus valores e compromissos com a sociedade e o meio ambiente.
Essas empresas provam que a longevidade nos negócios não é fruto de sorte, mas de uma combinação de estratégia, inovação e uma visão de longo prazo. Suas histórias oferecem lições importantes para outras empresas que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente competitivo e em constante mudança.
Esperamos ter ajudado com esse resumo do painel e estamos sempre à disposição!
Equipe Comunicação Externa & Pesquisa MZ
Sobre a MZ
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