No dia 14 de outubro, o Itaú BBA promoveu o evento Macro Vision 2024, com o objetivo de discutir as principais perspectivas e temas relevantes para o mercado de capitais. A programação contou com sete painéis, que abordaram questões macroeconômicas globais, as eleições presidenciais nos Estados Unidos, riscos fiscais, inteligência artificial, entre outros tópicos importantes.
A MZ, comprometida em empoderar o profissional de Relações com Investidores, seja com tecnologia de ponta e atendimento excepcional, seja através da disseminação de conteúdos relevantes como esse, irá compartilhar resumos de cada painel do evento. O terceiro painel contou com a presença de especialistas para discutir os impactos interligados da economia global e das mudanças climáticas nas políticas econômicas e no futuro do mercado financeiro.
Com a moderação de Mário Mesquita e Laura Pitta, o evento contou com a participação de Raghuram Rajan, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Professor Titular de Finanças da Universidade de Chicago (Booth School), conhecido por sua experiência e previsões acerca da crise financeira de 2008.
Economia nos Estados Unidos
O painel começou com uma análise da economia dos Estados Unidos e suas implicações políticas, especialmente no contexto das eleições presidenciais. Foi discutido que as políticas comerciais e fiscais adotadas pelos Estados Unidos têm o potencial de causar grandes mudanças no comércio global, principalmente em relação à China e seus parceiros comerciais. Independente do partido no poder, a tendência é de uma política fiscal expansionista, o que pode gerar pressões sobre a dívida pública. Com as taxas de juros mais altas, o custo desse endividamento se torna mais significativo, criando desafios de longo prazo para a sustentabilidade fiscal do país.
Transição Econômica e Mudanças Climáticas
Outro ponto abordado foi a transição para uma economia mais verde. Embora alguns estados e setores dos Estados Unidos tenham avançado nas energias renováveis, ainda há uma dependência significativa dos combustíveis fósseis, especialmente em áreas econômicas que se beneficiam da energia “marrom”. A transição para energias limpas também representa um desafio para os países emergentes, que enfrentam dificuldades em implementar políticas climáticas robustas devido à sua dependência de setores industriais intensivos em carbono.
As mudanças climáticas foram destacadas como uma questão global que afeta diretamente o crescimento econômico, especialmente nas regiões mais vulneráveis. Economias do hemisfério sul e países com menor capacidade de investimento correm o risco de serem os mais afetados pelas consequências do aquecimento global, o que exige uma maior colaboração internacional para enfrentar essa crise. Foi enfatizado que, sem uma coordenação global efetiva, a adaptação às mudanças climáticas ficará comprometida, especialmente para os países com menos recursos.
O papel dos bancos centrais em relação às mudanças climáticas também foi debatido. Embora os bancos centrais devam estar cientes dos riscos econômicos associados às mudanças climáticas, foi defendido que a responsabilidade pela ação climática recai principalmente sobre os governos e suas políticas fiscais. A política monetária já enfrenta desafios consideráveis na gestão do crescimento econômico e da inflação, e adicionar a responsabilidade pela sustentabilidade ambiental poderia comprometer sua eficácia. No entanto, os bancos centrais podem desempenhar um papel importante na promoção de investimentos sustentáveis, ao incentivar o uso de instrumentos financeiros verdes.
A conclusão que se chegou foi que a cooperação internacional é essencial para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e para garantir que as economias mais vulneráveis não fiquem para trás. Sem uma ação coordenada entre as nações, os esforços individuais podem ser insuficientes para enfrentar a crise climática de forma eficaz. Organizações multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, devem assumir um papel de liderança, promovendo políticas climáticas e mecanismos financeiros que apoiem os países em desenvolvimento na transição para economias mais sustentáveis.
Gastos Fiscais e Taxa de Juros
O painel também focou nos gastos fiscais globais e suas implicações para o crescimento econômico e as políticas monetárias. Durante a pandemia de COVID-19, muitos países aumentaram significativamente seus gastos fiscais para evitar uma depressão econômica. Contudo, o aumento da dívida pública e os custos crescentes associados às mudanças climáticas representam desafios consideráveis. Foi ressaltado que as economias em desenvolvimento serão as mais prejudicadas, uma vez que têm menos capacidade de investir em infraestrutura para mitigar os impactos dos desastres naturais. Por outro lado, as economias mais ricas, apesar de mais resilientes, também enfrentam um cenário de crescente vulnerabilidade fiscal, especialmente diante das necessidades de financiamento para iniciativas de sustentabilidade.
As taxas de juros elevadas também desempenham um papel crucial no equilíbrio entre política monetária e crescimento econômico. A tendência global de aumento das taxas de juros, particularmente em economias desenvolvidas, pode aumentar a pressão sobre as finanças públicas. Ao mesmo tempo, países com alto endividamento, como os Estados Unidos, correm o risco de perder a confiança dos mercados internacionais, caso não consigam controlar a dívida de forma eficaz.
Em relação às crises econômicas globais, foi observado que, embora o sistema bancário internacional esteja mais regulado desde a crise de 2008, os riscos agora estão concentrados no setor financeiro não bancário, como fundos de investimento e instituições menos regulamentadas. Esse setor continua a representar um risco significativo, especialmente em momentos de escassez de liquidez nos mercados. À medida que os bancos centrais ao redor do mundo ajustam suas políticas monetárias, o acesso à liquidez se torna mais restrito, aumentando a volatilidade financeira em tempos de crise.
Desaceleração Chinesa
A desaceleração da economia chinesa foi outro tema central. Foi discutido que a falta de crescimento na China afeta diretamente as economias globais, especialmente aquelas que dependem de exportações de commodities. A China, que historicamente desempenhou um papel fundamental no crescimento global, enfrenta agora desafios internos, como um setor imobiliário instável e uma dívida crescente. Ao mesmo tempo, a política fiscal chinesa continua a ser conservadora, o que limita o crescimento interno. No entanto, a China busca expandir suas exportações em setores como baterias e energia solar, como forma de manter a economia em movimento.
Inovações Tecnológicas
As inovações tecnológicas, como a Inteligência Artificial (IA), também foram discutidas, com destaque para os impactos que podem ter no futuro da força de trabalho global. A IA promete aumentar a produtividade em diversos setores, mas também gera preocupações em relação à perda de empregos em indústrias tradicionais. As economias precisam se adaptar a essas mudanças, investindo em educação e qualificação da força de trabalho para garantir que possam competir em um mundo cada vez mais automatizado.
Resumindo em um parágrafo ou mais
O painel sobre Economia Global e Mudança Climática ressaltou as complexas interações entre as crises econômicas e climáticas. Ficou claro que as mudanças climáticas não apenas ameaçam a sustentabilidade ambiental, mas também impactam diretamente as políticas fiscais e monetárias, especialmente em países emergentes e em desenvolvimento. O aumento dos gastos públicos para enfrentar desastres climáticos, somado às taxas de juros elevadas, coloca pressão sobre as economias globais, exigindo uma coordenação eficaz entre as políticas econômicas e ambientais.
As inovações tecnológicas e a transição para uma economia verde também foram destacados como elementos cruciais para o futuro da economia global. Contudo, essa transição precisa ser acompanhada de uma estratégia robusta de capacitação da força de trabalho, garantindo que as populações vulneráveis possam se adaptar às novas realidades do mercado de trabalho.
Em última análise, o painel deixou claro que a economia global e as mudanças climáticas estão profundamente interligadas, e que soluções eficazes só serão possíveis por meio de uma ação coordenada entre governos, bancos centrais e organizações internacionais. A cooperação global será essencial para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir um crescimento econômico sustentável para todos os países.
Esperamos ter ajudado com esse resumo do painel e estamos sempre à disposição!
Equipe Comunicação Externa & Pesquisa MZ
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