Cada vez mais em voga, a pauta ESG tem sido tema de grandes debates no mercado financeiro. A IR Magazine publicou, recentemente, uma reportagem que buscava informar se as companhias devem adicionar um Investor Day ESG em suas pautas de comunicação com o mercado e como fazê-lo efetivamente.
- Por que um Investor Day ESG?
De acordo com a reportagem, a dedicação a esse evento seria a oportunidade para as companhias mostrarem seu progresso ESG, como ele se integra e direciona a estratégia e as prioridades da companhia, além de abrir uma comunicação dupla com os investidores.
Lauren Swales, diretora de RI da Astrazeneca, comenta sobre o evento que realizaram: cobriram os pontos altos de 2021 e explicaram os desafios que encontraram ao longo do caminho – os investidores podiam fazer perguntas e entrar em detalhes sobre tópicos que chamavam mais a atenção deles.
A organização de um evento como esse já demonstra ao mercado o interesse da companhia, mas antes de se comprometer com um evento desse tipo, é importante que a companhia tenha em mente que é preciso dedicar tempo, dinheiro e recursos para tal. Além disso, é importante para a companhia avaliar se possui conteúdo suficiente sobre o tema.
O primeiro passo seria construir e produzir uma estratégia corporativa ESG que esteja dentro do pensamento do management – pode-se utilizar um analista de ESG separado para integrar na estratégia, ou mesclar as duas. É importante que o RI adapte a comunicação da empresa para as diferentes audiências.
- Formato
No mundo pós-pandemia, é inegável que opções de eventos digitais têm crescido no gosto dos investidores. Para um evento ESG, as opções de formato vão de acordo com o público e recursos da companhia: um evento híbrido pode abranger tanto os investidores que podem comparecer ao local quanto os estrangeiros que não precisariam se deslocar até lá. O último evento da Shell, citado na reportagem, teve drinks e networking no final.
O C-Level deve participar da apresentação, uma vez que a explicação da estratégia das companhias normalmente é feita por eles, mas a explicação de termos técnicos de ESG pode ser feita por um especialista. Dessa forma, recomenda-se que tanto o C-Level quanto especialistas ESG participem como palestrantes do evento.
- Conteúdo
Quanto ao conteúdo a ser abordado nesse tipo de evento, o head de RI da Medtronic, Ryan W. recomenda focar em áreas tangíveis a comentários, trazendo autenticidade à história ESG. É extremamente recomendado, também, a realização de uma sessão de perguntas e respostas, onde é possível receber feedback dos espectadores.
Outro ponto importante durante a sessão de perguntas e respostas é não desviar das perguntas feitas, uma vez que os investidores conseguem reconhecer isso: é necessário endereçar as partes negativas e desafios da companhia, até mesmo para receber feedbacks dos investidores.
- Medindo a efetividade do evento
A companhia pode estabelecer KPIs antes do evento, mas também abrindo métodos para engajamento no futuro – as métricas não precisam ser complicadas: medir um número de espectadores, a quantidade de feedbacks e o número de downloads da apresentação podem ser um benchmark de sucesso.
É possível também comparar os feedbacks recebidos aos KPIs estabelecidos pela companhia inicialmente, assim, é possível estabelecer se esse tipo de evento pode se tornar regular na agenda do RI ou não. Para algumas companhias, isso pode aumentar a transparência com os investidores, bem como diminuir a quantidade de reuniões específicas sobre ESG, aliviando a pressão para o time de RI.
A reportagem termina com a lembrança de que o ESG é mais do que uma tendência e que as companhias e marcas precisam ser autênticas em suas estratégias – não praticando o greenwashing.
A MZ fica à disposição dos seus clientes para falar sobre as melhores práticas observadas no mercado relacionadas a ESG e disponibiliza estudos sobre o tema em seu Portal.
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