A IR Magazine recentemente divulgou o relatório de boas práticas denominado “How to add ESG talking points to your earnings call” que aborda como incluir questões ESG nas conferências de resultados das companhias, visto que isso vem se tornando cada vez mais relevante para decisões de investimento – segundo estudo da ICR, uma consultoria de comunicação norte-americana, 60% dos investidores analisados levam questões ESG em consideração.
Segundo relatório da Goldman Sachs, além das empresas estarem cada vez mais discutindo ESG em suas conferências – 150 de 500 teleconferências citaram o tema, segundo levantamento do FactSet de junho a setembro de 2021 – o CEO é quem costuma trazer essas discussões. Além disso, o relatório também mostra, utilizando uma análise de 5 anos, que empresas que citam ESG em suas conferências de resultados apresentam melhores resultados. Entretanto, não basta adicionar um slide sobre o tema ou falar sobre assuntos genéricos, é necessário mostrar que a Companhia considera ESG como um driver de valor considerável, utilizando uma comunicação consistente e transparente.
Para além da exposição do tema ESG em conferências, dada a sua relevância, é fundamental que o RI exponha essas informações para os investidores em seus canais de comunicação mais utilizados. O estudo da ICR revelou que 54% dos investidores sentem que as redes sociais têm impacto em suas decisões de investimento, colocando o Twitter e o LinkedIn como as redes mais efetivas para comunicação com investidores. Além da comunicação via redes sociais, a atualização do site de RI é necessária, visto que é a primeira plataforma utilizada pelos investidores para buscar informações. Devido a isso, o uso de seções sobre Governança Corporativa tem aumentado nos últimos anos, e algumas empresas estão até mesmo disponibilizando seções para ESG.
Além disso, é necessário avaliar quais assuntos relacionados a ESG devem ser abordados. Hoje o que é considerado ESG vai além do clima, da diversidade do conselho e governança. Uma análise recente da Nasdaq apontou que gestão de capital humano, supply-chain e cultura corporativa são um dos temas mais discutidos. Ainda não existem regulações sobre quais temas ESG devem ser abordados obrigatoriamente, embora isso esteja sendo discutido entre os agentes reguladores ao redor do mundo, mas é fato que quanto mais informações forem disponibilizadas por uma companhia, melhor será o efeito. Quanto mais uma companhia promove e conta sua história ESG, melhor ela será percebida pelo mercado e se destacará em benchmarks.
Mais adiante, o relatório ressalta a importância de identificar em qual fase da jornada ESG a empresa se encontra, para assim focar nas ações adequadas a serem realizadas. Empresas “nascentes” são aquelas que possuem poucas informações sobre o tema, ainda estão considerando métricas e KPIs, e devem focar na criação da seção ESG no site de RI. Já as empresas “familiares” são aquelas que estão confortáveis com seu disclosure e devem focar na mensuração do seu desempenho ESG, para mostrar ao mercado e estar bem posicionada em benchmarks. Por fim, as empresas “maduras” são as que possuem inovação ESG de longa data, estão inseridos em estruturas e medidas relativas ao tema e devem focar em aprofundar-se cada vez mais, tendo especialistas para tratar de assuntos específicos.
Independente da fase em que a empresa se encontra, são citados alguns pontos chave a serem implementados. O primeiro deles seria priorizar a audiência, criando um ambiente confortável e transparente. Além disso, nas teleconferências, pode ser interessante aumentar o escopo de investidores, convidando pessoas engajadas em ESG para realizar perguntas e auxiliar o debate. Outro ponto citado é sair do geral e investir em tópicos específicos, mostrando métricas e dados mensuráveis ao público. Também é fundamental que a comunicação ESG seja regular, estando presente na maioria das teleconferências, mostrando os avanços e contando a história da Companhia nessa temática. Entretanto, não é suficiente trazer somente um update sobre os números ESG, e sim mostrar projetos corporativos, iniciativas que a Companhia realiza, mostrando o valor dos serviços que são prestados.
Por fim, entre as recomendações extras do Estudo, destaca-se a disponibilização de vídeos sobre ESG, posto que o mundo pós-pandemia deixou esse formato de divulgação de informações em alta. Além disso, o monitoramento do que o mercado está pensando e falando sobre a empresa, após a divulgação de resultados, também é relevante, o que pode ser feito através dos Estudos de Percepção – para saber mais, fale com a MZ – em que analistas de mercado são entrevistados e expõem suas opiniões sobre a Companhia e seus resultados. A realização de benchmarks do setor também são recomendados, de forma a observar como os tópicos ESG estão sendo incluídos e em que situações. Nas teleconferências e reuniões, é recomendado que o management discuta as questões ESG, para que o debate seja mais aprofundado, e converse com as estratégias corporativas.
Clique aqui para o relatório completo disponibilizado pela IR Magazine e patrocinado pela Notified.
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