A MZ participou da 2ª Academia de RI, evento realizado pela B3, em que foram apresentados e debatidos temas relevantes para o mercado de capitais. Em um dos painéis realizados, foram abordados os temas de liquidez das ações e sua relação com índices de mercado e empréstimo de ações.
A liquidez se refere à facilidade e rapidez com que um investidor pode converter seus ativos em dinheiro. Em outras palavras, quanto mais líquido um ativo, mais fácil é comprá-lo e vendê-lo sem impactar significativamente o preço. Alguns ativos possuem uma facilidade e velocidade maior de conversão em dinheiro, enquanto outros podem exigir um prazo maior.
A liquidez pode variar significativamente entre ativos de renda fixa e renda variável. Os ativos de renda fixa, como títulos do governo, geralmente possuem alta liquidez, permitindo resgates rápidos no mercado secundário antes do vencimento. Em contraste, pode haver ativos de renda variável que apresentam uma menor liquidez devido a possíveis restrições de venda e menor volume de negociação. É importante notar que existem também ativos de renda fixa com baixa liquidez e opções de renda variável, como ações, com maior liquidez, o que pode tornar a renda variável mais atraente em termos de agilidade na conversão em dinheiro. Portanto, ao escolher ativos, é crucial considerar o equilíbrio entre liquidez e potencial de retorno, alinhando-os aos objetivos financeiros individuais de cada investidor.
A liquidez tem grande importância para os investidores pois pode trazer uma série de benefícios, como a facilidade na negociação, redução de riscos, visto que, diante de quedas no mercado, a alta liquidez facilita a venda das ações, além de trazer oportunidades de lucro. Dessa forma, é importante que os emissores de ações estejam em constante busca por uma boa liquidez, tornando suas ações mais atrativas para o mercado.
Índices
Os índices de mercado são indicadores que representam o desempenho de um conjunto específico de ações ou outros ativos financeiros. Eles são utilizados para medir e comparar o desempenho de diferentes segmentos do mercado financeiro. Alguns dos principais índices brasileiros e mundiais são o Ibovespa, IFIX, IBRX-100, Dow Jones Industrial Average, S&P 500, entre outros.
Os índices são criados a partir de uma tese de investimento, em que se une um grupo de ativos semelhantes e se constrói os principais critérios para entrada nessa carteira. O Ibovespa, por exemplo, é o principal índice de ações da B3, e que mede o desempenho das ações mais negociadas e representativas do mercado de ações brasileiro. Dessa forma, esse índice analisa a liquidez das ações, unindo as empresas de maior liquidez e analisando o desempenho médio de suas ações diariamente.
O Ibovespa é amplamente utilizado como um indicador do desempenho geral do mercado de ações brasileiro. Investidores, analistas e gestores de fundos monitoram o índice para avaliar a saúde e a tendência do mercado. Além disso, muitos fundos de investimento e gestores utilizam o Ibovespa como benchmark para comparar o desempenho de suas carteiras, além de existirem fundos que têm como foco de investimento empresas que pertencem apenas ao Ibovespa. Esse índice e sua relevância para o mercado de capitais e para a economia brasileira reafirmam a importância da liquidez dos ativos.
Durante o evento, Vinicius Attie, responsável pela área de índices da B3, comentou sobre vários outros índices da Bolsa que trazem uma referência e um benchmark para o investidor e que também são interessantes para as empresas que desejam se tornar mais atrativas para o mercado. No âmbito da sustentabilidade, por exemplo, temos o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) que busca fomentar as melhores práticas de sustentabilidade empresarial no Brasil, medindo o desempenho das empresas comprometidas com a sustentabilidade e a responsabilidade corporativa. Além disso, também há o IDIVERSA, índice pautado na diversidade, baseado nas informações novas disponibilizadas nos formulários de referência, entre tantos outros.
Esses índices serão referência para o mercado em que essas empresas querem se posicionar, e são levados em consideração pelos investidores tanto para investimento ativo como passivo (por meio de ETFs). Participar de índices da B3 significa ter mais investimento passivo, e, consequentemente, mais entrada de capital para o patrimônio líquido. O Vinícius, inclusive, participou do evento da MZ sobre o Formulário de Referência de 2024 falando sobre a importância dos índices e você pode ver mais sobre esse tópico clicando aqui.
Empréstimo de Ações
Uma outra forma de aumento e fomento da liquidez é por meio dos empréstimos de ações. O empréstimo de ações é uma operação financeira na qual um investidor (doador) empresta suas ações para outro investidor (tomador) por um determinado período de tempo, geralmente em troca de uma taxa de remuneração.
Existem diferentes tipos de empréstimo de ativos. Um deles é o empréstimo com vencimento fixo, onde o tomador deve devolver as ações ao doador na data predefinida no contrato. Além disso, há o empréstimo reversível ao doador, que permite ao doador solicitar a devolução das ações a qualquer momento, o empréstimo reversível ao tomador, no qual o tomador pode devolver os ativos quando desejar, e o empréstimo reversível a ambos, onde tanto o doador quanto o tomador têm a flexibilidade de encerrar o empréstimo conforme sua conveniência. Essa operação é bastante comum em mercados financeiros e possui várias finalidades, como facilitar operações de venda a descoberto, proteção (hedge) contra riscos e aumento de liquidez.
Os empréstimos de ações no Brasil são garantidos por uma CPP – contraparte central garantidora – que, nesse caso, é a própria B3, diferentemente do mercado internacional, em que os empréstimos são realizados pelos brokers custodiantes globais, sem ser uma operação que passa por uma bolsa. A B3 garante que no dia de vencimento do empréstimo o doador terá suas ações de volta, e isso é feito por meio de uma série de controles de garantias e margens em cima do próprio contrato de empréstimo.
Conforme pontuado no evento pelo palestrante Henrique Fernandes da B3, outro agente importante no aumento da liquidez do mercado que se utiliza dos empréstimos de ações são os formadores de mercado, instituições financeiras que realizam ofertas de compra e venda regularmente durante as sessões de negociação para fomentar a liquidez do mercado. Os empréstimos de ações são valiosos para esse trabalho, visto que disponibilizam mais ações para serem compradas e vendidas, garantindo a movimentação daquele papel.
Resumindo
A liquidez das ações é um componente importante para o funcionamento eficiente dos mercados financeiros, pois proporciona facilidade de transação, estabiliza preços e aumenta a confiança dos investidores. Dessa forma, um dos objetivos das instituições financeiras envolvidas nas transações de ações e dos emissores de ações deve ser manter uma boa liquidez de suas ações, tornando as mesmas mais atrativas para o mercado.
Existem algumas formas de fomentar a liquidez das ações, sendo uma delas a participação em índices, como o Ibovespa, que é referência no mercado, tanto para a análise de empresas, como para servir de indicador do desempenho geral do mercado de ações brasileiro. As empresas que compõem carteira de índices amplos como esse são mais atrativas e procuradas pelos investidores. Além disso, as empresas também conseguem aumentar sua liquidez através do investimento passivo de fundos, visto que diversos ETFs investem apenas em ações que compõem carteira de índices específicos.
Outra forma de aumentar a liquidez é por meio dos formadores de mercado, que asseguram que haja sempre uma contraparte disponível para realizar transações de compra e venda, contribuindo para um mercado mais eficiente e estável.
Por fim, o empréstimo de ações é um meio muito usado e importante para aumentar a liquidez das ações, pois ao permitir que mais investidores comprem ações e realizem outras estratégias de negociação, o empréstimo de ações aumenta o volume de negociação e a disponibilidade de ações no mercado. Além disso, o empréstimo de ações pode atrair mais participantes ao mercado, incluindo investidores institucionais, que podem se sentir mais confiantes para entrar e sair de posições sabendo que haverá não só oferta como quantidade de ações disponíveis suficiente.
Essas são algumas considerações sobre liquidez e aluguel de ações, tópicos frequentes e muito importantes na vida das empresas de capital aberto e, principalmente, de profissionais de Relações com Investidores. Esperamos ter ajudado e estamos sempre à disposição!
Equipe Comunicação Externa & Pesquisa MZ
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